quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

VOCE É A ESTRELA DO MEU CÉU


NO MEU CÉU BRILHA UMA ESTRELA, ESSA ESTRELA É VOCÊ, E O CÉU TAMBÉM...






HOMENAGEM A MINHA MULHER TELMA LOBÃO AMBIENTALISTA





DIGA, QUE O NOSSO AMOR NÃO MORRE, QUE ELE É ETERNO, COMO ETERNO SÃO TODAS AS COISAS QUE VIVEMOS JUNTOS...








                         VOCE É O SOL DA MINHA VIDA,  VOCE É A LUZ DA MINHA VIDA...






























segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

EU SOU SEU FÂ NUMERO 1 (postadas com data anterior)


AMO SUA FORÇA, SUA BELEZA, SUA FIRMEZA DE CARATER, SUA CORAGEM, AMO VOCE!







              todas as forças da mãe natureza protegem sua linda e querida filha




























terça-feira, 1 de janeiro de 2013

ARQUIVO DO SEQUESTRO E PRISÃO DA AMBIENTALISTA TELMA LOBÃO



 ambientalista telma lobão em dezembro/2015


Bahia, município Cruz das Almas, 12:30h, 19 de abril de 2006:

                            almoçava feijão com arroz, ouvi pelo rádio da vizinha a promotora de justiça Izabel Cristina Vitória Santos me caluniando e difamando na rádio local Santa Cruz.. Peguei o telefone para ligar para rádio, me defender, ele estava mudo, sempre caía galhos de árvores sobre a fiação, tinha perdido o celular. Sem fechar portas e janelas, apenas o portão de entrada, me despedi do meu cachorro Lipe e dos pássaros Ursinhas e fui até um mercadinho próximo atrás de um telefone publico. Andei poucos metros, ao passar em frente ao Colégio Jorge Guerra fui fechada por 3 carros: um fiat branco, dentro o policial civil Roque Cerqueira, Ademir e Celso, lotados na delegacia de Cruz das Almas, e um elemento negro, baixo, forte, segurança do prefeito Orlandinho. No outro carro preto um professor estadual e municipal, filiado e militante do PT e cabo eleitoral do prefeito Orlandinho Marco Antonio, e uma mulher, noiva dele. Os 2 outros homens que estavam no outro carro não conhecia. O policial Roque me agarrou com violência e disse que eu estava presa em flagrante delito, aleguei que andar de bicicleta na rua não era crime, ele me jogou dentro do carro fiat branco e neste exato momento a rua que estava deserta, viu o portão do colégio ser aberto e o vigia presenciar tudo.

Jogada no meio do banco do fundo, os vidros foram fechados, os carros rumaram em direção a saída da cidade, havia uma barreira da PM na pista de acesso a Br 101. No carro preto o Marcos ria muito, como se estivesse muito drogado, o policial Roque que estava no volante se virou para mim e disse: “um dia voce me denunciou por fazer parte de grupo de extermínio, hoje eu tenho até pena do que vai acontecer a voce. Voce vai morrer!” Todos permaneceram em silencio. Estava em estado de choque, não conseguia dizer nada. Por 2 horas de relógio os carros percorreram a cidade, tentando me tirar dela, até que o policial Roque parou em frente a um telefone publico e disse aos demais que ia ligar para a Juíza Olga, levou apenas alguns segundos, depois parou o carro em frente do Fórum para falar com a mesma e voltou, segundos depois.

15:30 horas: nesse exato momento eu entro na delegacia  e sou jogada numa sala. Lá permaneço incomunicável, sem saber o que está acontecendo até as 18:00 h.

18:30 minutos: sou levada a sala do delegado Rogério Pereira Ribeiro, e ele me diz: “voce me denunciou no Ministério Público por causa dos cachorros, tá lembrada? Agora é a sua vez!”  Lembrava sim, ele mantinha dentro da casinha de luz em meio a fezes e urina 2 pitbulls presos na delegacia, que só recebiam comida e agua de vez em quando, Quando denunciei o caso ao MP ele retirou os cães e os matou a tiros. Rogério Ribeiro segundo a Corregedoria da Policia Civil tem atestado de louco e se mantem no cargo através de liminar, acusado pelo de execução, tortura de presos junto com os policias civil Roque e Celso, pede que eu assine um documento que estava digitado e eu disse não assinaria. Ele ameaçou me agredir e eu disse que não assinaria. Me levam então para a mesma sala anterior.

19:30 h: sou novamente levada a sala do delegado que me pede novamente para assinar o papel digitado e eu digo não. Entra na sala dele um funcionário do Fórum, Roque do juizado da criança, com um papel nas mãos, entrega a ele, que me pergunta: “sabe o que é isso? É uma ordem da juíza, voce está presa em flagrante delito.” Voce ia até a rádio para agredir a promotora que falava mal de voce, o policial Roque recebeu uma ligação anônima naquele orelhão (distante 200m da delegacia) denunciando voce.” Perguntei: “por que então não ligaram para o telefone da delegacia?” Ele não respondeu, chamou o policial Celso e falou “joga ela lá dentro”. Aí eu tive dimensão do que realmente estava acontecendo, implorei para que me deixasse ir até em casa, fechar minha casa, Lipe estava sozinho, com fome, assustado em casa, os pássaros iam acordar amanhã cedo e precisavam encontrar comida nas árvores. O delegado não me escutou, disse que ele e os policiais Celso, Roque, Ademi tinham sido indiciados pela juíza Olga por tortura de presos na delegacia e ao fazer esse “favorzinho” para Juíza Olga o caso deles seria arquivado. E foi.

20:30 h: o policial Celso abre a porta que dá acesso as celas e me puxa até a ultima, no caminho os presos vão atirando fezes e urina sobre mim, ao chegar na cela estou completamente molhada de fezes e urina, o chão da cela também está molhado de fezes e urina, todos os esgotos das celas passam por aquela cela e ali transborda. Percebi que havia uma moça lá dentro, e ela falou: “Celso falou que eu podia fazer com voce o que eu quisesse que não ia dar em nada pra mim, mas eu não quero me complicar mais, eu não vou tocar em voce.” Ela tinha sido presa por esfaquear uma mulher que reagiu a um assalto, chama-se Tati, tinha 17 anos. Os presos gritavam que eu tinha feito abaixo assinado para tirar “tia Olga” da cidade, me xingavam, se masturbavam na grade sem calção, me ajoelhei e comecei a rezar o terço bem alto, lembrei da estudante Liana, estuprada e assassinada, senti que passaria pelo mesmo. Os presos me xingavam, me ameaçavam, se masturbavam, ligavam sons no ultimo volume, gritavam o mais alto que podiam, continuei rezando, até meus joelhos não agüentarem mais. Altas horas da noite o delegado Rogério foi até a cela, me deu um soco na boca quebrando meu dente, me amarrou na porta da cela com corda e ali permaneci sentada naquela que foi a pior noite da minha vida. Um preso que entrava e saia a hora que queria me avisou “roubaram sua casa, e foi gente da delegacia”. Só pensei em Lipe: “meu cachorro...”perguntei, “ele ta lá vivo”, respondeu. O dia raiou, tive esperança que me soltassem, um preso me falou, “voce não fez nada pra ta aqui, hoje de manhã vão mandar voce embora”.

Jogaram um pão no chão e um copo com café, disseram “coma!” Nunca ninguém me disse o que fazer, não seria agora. Não comeria, deveria estar envenenado. Não comeria, meu cachorrinho Lipe estava com fome. Não comeria, meus pássaros estavam com fome. O fedor era insuportável, não sei quem fedia mais, se eu ou a cela. Me mandaram tomar banho, não fui, sabia que seria estuprada se estivesse limpa, o cabelo estava preso com medo que eles se lembrassem que eu tinha um lindo cabelo comprido.

E foi o primeiro dia...O segundo dia... Passei mal, desmaiei, os presos fizeram tumulto para que eu fosse levada ao Hospital Nossa Senhora do Bonsucesso. Com hipotermia, a 3 dias sem comer, pedi aos 2 médicos que me atenderam os quais não lembro mais os nomes que me dessem uma coberta para eu levar para a cela e eles disseram não! Pedi que me deixassem no hospital no soro e eles disseram que eu estava ótima! pedi que ligasse para um dos meus irmãos que também era médico e eles também disseram não! e me mandaram de volta para a delegacia. No corredor me bati com o irmão do professor Denes Vidal e pedi “diga a Denes para avisar meu irmão.”

No terceiro dia quase meio dia chega meu irmão Nei avisado pelo professor da UFRb Denes Vidal, consegue um advogado mas meu cachorro continua lá sozinho, com fome, e minha casa abandonada. 

Dia seguinte um jornalista do Jornal A Tarde esteve na delegacia, me permitiram vê-los, pedi que gravasse uma fita para entregar ao radialista Édson Santarini na Rádio Excelsior da Bahia contando o que acontecia mas a fita entregue a outro radialista da cidade por mim, nunca chegou.






Todos juizes e promotores da região se reuniram em frente ao Fórum, num “ato de desagravo a Juíza Olga Santiago Guimarães”, presente todos advogados de Cruz das Almas, ato patrocinado pela prefeitura municipal, cujo prefeito Orlandinho e vereadores também se fizeram presentes. Da rádio dos presos eu ouvia a voz da juíza Olga “de lá ela vai para o presídio da Mata Escura, de onde não sairá tão cedo”. A Camara de Vereadores de Cruz das Almas oferece menção honrosa a juiza Olga por ter conseguido me prender. “Popai”, acusado de assassinato e tráfico de drogas diz na cadeia “tia Olga disse que vai me inocentar e quando eu saí daqui que eu compre 5 quilos de maconha para revender para eu começar a me fazer na vida”. Um outro preso perguntou “e onde voce vai arrumar dinheiro?” Popai responde: “ela vai me dar.” A menos que por causa de Telma Lobão ela não consiga mais me inocentar.”

Apesar de estar ali eu não estava ali, apenas meu corpo estava ali, minha alma voava livre pelos campos floridos junto com as Ursinhas, e eu não sentia nada. Usei sem saber a mesma tática utilizada pelos judeus nos campos de concentração. Nos poucos momentos em que ali permanecia pedia a Deus para morrer, e uma luz azulada descia do Céu em direção a mim, tentava entrar nela e ir mas ela era muito fina, não me permitia ficar dentro dela, aí ela voltava para o Céu, sem mim. Muitas vezes ouvi a voz do meu Anjo da Guarda: “há mais orações para voce no Céu do que para qualquer outra pessoa na face da Terra!”.

 Tinha perdido a noção de tempo e espaço. Numa noite vi a imagem de irmã Dulce, e no dia seguinte fui transferida para Muritiba. Mas antes passei mal, levada para novamente para o hospital por insistência dos presos (eles temiam serem acusados de minha morte), passei mal e fui ao chão no hospital, a médica de plantão chama-se Lenina, a mesma se recusou a tocar em mim, demostrando “nojo”, mesmo eu dizendo que sentia fortes dores no peito. Tentou me aplicar uma injeção bem grande, lembrei das palavras de um preso “se tentarem te aplicar uma injeção bem grande não deixe é Diazepan, voce fica fora do ar por uns três dias, é o delegado que manda”. Perguntei que injeção era aquela e ela confirmou. Perguntei por que ia me aplicar aquilo sem me examinar e ela disse que sabia o que eu tinha. Me recusei a receber a injeção e ouvi quando ela falou baixinho para o policial “diga ao delegado que ela não quis tomar.”

Levada para Muritiba fui colocada numa cela onde chovia mais lá que do lado de fora, sem noção do tempo, em greve de fome a vários dias, lembro que era domingo e Nei chegou, e quando me viu naquele estado brigou para que eu fosse levada para um hospital. Nesse mesmo dia entra na minha vida um projetista chamado Gilson Freire, um grande anjo protetor.. A médica me atendeu e me manteve lá até o dia seguinte, quando assumiu o plantão o médico de Conceição da Feira Waldir Lessa. Ao ouvir minha história ele me falou: ajudei 2 pessoas na época da Ditadura, vou ajudar voce. Vou transferir voce para Salvador, lá está a Imprensa, e só ela pode te ajudar. A juíza Olga Regina Santiago e suas parceiras a Juíza Adriana Carvalho e Maria Auxiliadora Sobral não permitiram que eu fosse para Salvador, queriam me mandar para Cachoeira, onde tinham controle de tudo, mas o médico recusou alegando que eu precisava de cuidados urgentes. Recusei ir na ambulância da prefeitura de Cruz das Almas, fui na da prefeitura de Muritiba para o hospital Irmã Dulce. Poucos dias depois o marido da delegada sofreu um terrível acidente de carro e morreu.

Por ordem da juíza Olga eu estava proibida de receber visitas, não poderia falar com a imprensa, teria que ser algemada 24 a cama do hospital. Fiquei sabendo que o hospital quando irmã Dulce era viva também já tinha ajudado pessoas como eu.

 Seu nome era Davi Lemos, assessor de Imprensa do hospital Irmã Dulce, uma voz que era um bálsamo “a imprensa toda tá aí fora, voce decide se quer mostrar a cara ou não. É a sua chance de sair dessa.” O Jornal A Tarde foi o primeiro a subir e a foto de Rejane Carneiro correu mundo. Rejane bateu as fotos chorando.








 Depois vieram todos os outros órgãos de Imprensa. A Imprensa fazia piquete no Tribunal de Justiça, me defendia em todos os programas de rádios e televisão. Houve também pronunciamento na Câmara dos Deputados, no Senado. Mas o caso e as algemas não incomodaram o Supremo Tribunal. Lembro do jornalista Jairo Junior, Correio da Bahia: “estou aqui em nome do senador ACM, o que voce quizer falar eu publico”. Lembro depois das palavras dele ao PM que me destratava: “trate ela bem, porque senão eu vou reclamar de voce ao seu superior”. Apesar da ordem escrita da juíza as pessoas me visitavam, pacientes lavaram meu cabelo, Xuxa querida onde anda voce? A minha meia irmã apareceu lá apenas uma vez, para me dizer que eu deveria pedir perdão a juíza, que ela ia vender minha casa e foi expulsa de lá pela PM e pelo hospital a meu pedido. O que eu fiz naquele hospital? Todos os exames, tomei soro, mas me recusei a a tomar qualquer tipo de medicamento. Por conta disso uma médica que não lembro o nome mas que seria amiga de Olga me deu alta para que eu voltasse para a cadeia de Muritiba. Apesar de toda a Imprensa noticiar e todos na Bahia terem conhecimento do fato as Comissões de Direitos Humanos da OAB e da Assembléia Legislativa foram os últimos a chegar, precisou que meu irmão Nei fosse até lá aciona-los. Representando a Comissão de Direitos Humanos da OAB, bem vestido, bonito e perfumado, Romário Costa Gomes apareceu no Hospital e se tornou além de um forte aliado um grande amigo.

A PM chegou para me levar de volta para Muritiba,  me arrumaram roupas para vestir, previndo o que aconteceria

um cinegrafista da TV Bahia falou: “não vista a roupa, não vá, lá não tem imprensa a coisa vai pegar pra voce.” Parecia prever o futuro.

Era noite quando cheguei a delegacia de Muritiba. muito fraca, no segundo dia, sem soro, comecei a passar mal, as pernas foram sendo atingidas por câimbras, dormências, as mãos também e de repente eu não conseguia mais sentir nem mexer as pernas, nem ficar em pé sobre elas, nem sentir minhas mãos. Comecei a gritar pedindo ajuda as 13 horas da tarde, mas apenas as 17:30 minutos depois que meus gritos sensibilizaram pessoas de fora da delegacia eu fui socorrida, e levada para o hospital de Muritiba, onde o médico mandou me jogou numa cama e não me atendeu, não sei o nome dele, ele mandou chamar a juíza Adriana Carvalho, no hospital para perguntar se ele podia me socorrer. Lembrei das Ursinhas, de como a gente corria pelos campos, e se nunca mais pudesse correr pelos matos com elas eu preferia morrer. Impossível lembrar e não chorar, impossível escrever sem viver de novo o terror daqueles dias.

Novamente o dr. Waldir Lessa, os cuidados de Gilson Freire, que permanecia ao meu lado desde que o hospital abria até o fechamento, me socorreu, me conseguia celular, a ajuda do policial civil Manoel, do sargento PM Rui que se recusou a me algemar na cama do hospital e permitia visita.

Eu me sentia cada vez mais fraca, a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa mostra as caras através do deputado Walmir Mota. Chega uma ordem judicial no hospital para que eu fosse fazer um exame de sanidade mental, o pedido era do promotor Waldemar Araújo Filho. Torturada física e mentalmente, sem comer a quase 20 dias, eles tinham certeza que meus pensamentos já não funcionavam mais e que me pegariam. Mas que decepção! Acompanhada pelo deputado Walmir Mota fui atendida pelos 2 melhores psiquiatras do estado que se chocaram com o meu estado e atestaram que eu tinha inteligência superior a das demais pessoas. Lá também tive o apoio do deputado Yulo Oiticica, que me confidenciou “não coma, nenhum preso em greve de fome pode ser mantido em cela, tem que ser mantido no hospital, é um acordo internacional”. Falei que não sabia, que mesmo em greve de fome fui mantida na delegacia. Yulo também me prometeu que expulsaria do Partido dos Trabalhadores os filiados envolvidos no meu seqüestro mas após o mesmo ser identificado isso não aconteceu.







Era noite do dias das mães quando apareceu no hospital de Muirtiba o Procurador Geral da União Waldir Santos, me oferecendo apoio. Alguns dias depois soube que minha casa havia sido saqueada. Após 10 dias sem água e comida meu cachorro Lipe tinha sido retirado de casa pela protetora de animais Célia e colocado na casa de dona Cândida, uma feirante, eu havia pedido a Célia que ficasse com ele na casa dela, que fosse todos os dias por a comida dos pássaros, mas ao invés disso ela retirou todas as vasilhas deles das árvores, jogou todas no chão, descaracterizou todo o local, para que eles não se lembrassem que um dia ali fora um refugio deles. Como se não bastasse ela esteve no hospital de Muritiba não para me oferecer conforto mas para me dizer que eu arrumasse outra pessoa para ir levar comida para Lipe em dona Candida pois isso estava cansando demais ela,. Lembrei de quantas brigas eu comprei para ajuda-la!

Naquela noite eu dormi sem saber se acordaria, pela cara das pessoas eu senti que não estava bem. Durante a noite a enfermeira me avisou que meu coração estava quase parando. No dia seguinte completou 27 dias do inicio do meu martiriro e da minha greve de fome. No final da tarde chegou a Bandeirantes de Salvador, alegando que traria no dia seguinte o melhor advogado criminalista da Bahia para me defender, Domingos Arjones Neto. O que eu não sabia é que eu já havia sido dada como morta, o boletim médico atestava que minhas funções vitais já não estavam mais detectáveis. Era 18:30 minutos quando chegou o alvará de soltura assinado pelo Presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, Benito Figueredo que assinou alegando que “não encontrou um motivo para eu estar presa.” Naquela mesma noite Romário me trouxe para Salvador e eu fui para casa de meu irmão no Costa Azul, apesar de eu precisando ir para outro hospital. Em seguida dei uma coletiva na OAB e só voltei para Cruz das Almas 3 dias depois quando consegui a proteção da Policia Militar.

A volta para casa: Lipe, ele estava totalmente atordoado, muito sujo, muito fedendo, muito traumatizado. Depois passamos no supermercado e finalmente anoitecia quando cheguei em casa com a PM. Tudo havia sido roubado, não deixaram um talher, uma calcinha, uma coberta, o que quer que fosse. Espalharam fezes e urina pelas paredes, entupiram torneiras, cortaram fios de telefone, fios de eletricidade... Não sobrou nada. Convidada a dormir na PM eu recusei, e passei a noite sentada numa cadeira do jardim junto com Lipe. No dia seguinte eu recomecei, fui atrás das Ursinhas e elas voltaram todas, “mamãe tava de volta”.

Romário Costa Gomes me fez ir até o Tribunal de Justiça da Bahia agradecer ao Presidente Benito Figueredo, eu fui, não para agradecer, mas para ver meu nome no jornalzinho do TJ, e em nenhum momento eu agradeci qualquer coisa, aliás nem abri a boca, desde que entrei no prédio.

Que Crime eu havia cometido?

O de saber antes de qualquer pessoa que a juíza Olga Regina Santiago era envolvida com drogas, de ter denunciado ela por ameaça de morte e a outra juíza Maria Auxiliadora Leite Sobral de prevaricação assim como a promotora Izabel Cristina Vitória Santos, na Corregedoria do Tribunal de Justiça da Bahia e na Corregedoria do Ministério Público. Lembro que na Corregedoria do MP fui atendida por um homem meio loiro, agressivo, vulgar, que se disse Corregedor, cujo nome não me lembro mas que falou “ela nunca foi denunciada antes, e promotores que nunca foram denunciados não se denuncia.” Lidivaldo Brito tudo fez para me prejudicar quando esteve a frente da Procuradoria de Justiça da Bahia. Na Corregedoria do TJ fui atendida por um Corregedor negro chamado Benedito, ele me atendeu depois me pediu que esperasse lá fora um instante, esperei, quando cansei empurrei a porta devagarinho e o vi falando ao telefone com a juíza Maria Auxiliadora “mas como é que a senhora permitiu que ela chegasse até aqui? A senhora quer que eu faço o que agora com a denuncia dela? (silencio) “fique tranqüila que eu não vou dar importancia”. Quando percebeu minha presença ele todo sem jeito afirmou “que coincidência, a juíza Maria Auxiliadora me ligou agorinha mesmo...”. Não disse mais nada e saí. Orientada e aconselhada pelo promotor da Vara Cível de Cruz das Almas Waldemar Araújo Filho (o mesmo que proibiu o galo de cantar no município ameaçando seus donos de prisão) fiz um abaixo assinado com 1200 assinaturas pedindo a saída dela da cidade. Antes a juíza Olga me chamou no Fórum da cidade numa tarde e me disse: “eu te vi andando de bicicleta as 7 horas da noite em frente a Secretaria da Fazenda não te matei porque não quis, se eu tivesse te atropelado, os vidros do carro são fume ninguém ia saber que fui eu, e quem ia suspeitar de uma juíza?” Olga também me perguntou “voce não tem medo de entrar na feira livre e receber uma facada?. Eu sei todos os seus passos!” E descreveu todos os meus passos naquela semana.



A frente da minha casa vinha sendo monitorada e eu vinha sendo seguida por prepostos da Policia Federal. Eu havia solicitado garantia de vida ao Ministro da Justiça contra Olga e ao invés disso eles forneceram todos os meus passos para ela. Um domingo eu saí de casa e me deparei com esses “caras” monitorando todo meu caminho. Na área de mata fechada onde eu teria que entrar vi uma caminhonetezinha fait branca, parada na entrada. Ainda assim entrei na mata. Uns dez minutos depois vi a sinalização de perigo emitida pelos pássaros silvestres. Coloquei o ouvido no chão e ouvi passos correndo, cada vez mais próximos. Procurei uma moita bem fechada e me joguei no chão, o coração batia tão forte que eu temi que eles escutassem as batidas. Escutei passos próximos, tive certeza que morreria. A mãe Natureza e o Céu me protegeram, eles não me acharam, e eu fiquei ainda ali deitada por quase uma hora, pelos sinais dos pássaros eu sabia a localização deles, até que finalmente tudo se acalmou e eu saí da mata por um outro caminho. Sempre entrava em mata com roupas de cores imperceptíveis, isso também me ajudou.

 Considerada “a cangaceira do Nordeste”, a juíza Olga bufava de raiva de mim por eu ter junto com o Ibama fechado e lacrado o Matadouro Municipal da cidade, e ela não conseguiu reabrir, como fez da outra vez. Ao tomar conhecimento de que eu era amiga do delegado José Alberto, o mesmo que Olga acusava de ter invadido sua casa para mata-la, a mesma passou a me odiar mais ainda. Na semana anterior ao dia do meu seqüestro houve um evento na Escola de Agronomia na Ufba com diversas autoridades locais, estaduais e o Ministro da Pesca. A juíza Olga estava lá, era a dona do evento. Até que eu apareci na festa e embaixo do palanque mostrei ao Ministro alguns pássaros silvestres mortos dentro da escola. Olga me fuzilou com o olhar. Ele mandou que eu subisse no palanque, eu subi e expliquei que naquela área federal era comum as caçadas e aqueles pássaros tinham sido mortos por calçadores dentro da área da escola. Aproveitei e denunciei também que o reitor (amigo de Olga) Paulo Gabriel estava derrubando todas as árvores de eucalipto da escola e vendendo a Coelba para fazer poste provisório pelo preço de 30 a 50 centavos. Aleguei que a justiça e o MP tinham conhecimento do fato e ele me prometeu providencias. Olga disse que me daria a resposta, que tinha sido uma humilhação muito grande para ela. Foi o delgado José Alberto quem me contou que a arma que Olga diz ter sido utilizada pela policia para tentar mata-la só foi fabricada 2 anos depois da invasão da casa dela para prender o marido dela e apreender a arma ilegal que ela mantinha em casa. Na Corregedoria do TJ uma pessoa me falou: o processo que corre contra ela em segredo de justiça por envolvimento no tráfico de drogas é tão grande que nem sai mais do lugar.” O promotor Antonio Luciano, vergonhosamente espancado com chicote de cavalo em frente ao Fórum de Juazeiro pelo marido de Olga a mando desta, me disse que o motivo foi as investigações dele que revelaram o envolvimento de Olga com o tráfico de drogas.

Mas eu não fechei só o Matadouro Municipal em Cruz das Almas, onde para o povo e os políticos a Juíza Olga era Deusa. Também impedi a derrubada da Mata da Cazuzinha, apesar do Projeto da Câmara de vereadores aprovar a derrubada da Mata, denunciei queimadas propositais a mando da prefeitura municipal, impedi a derrubada da vegetação de Mata Atlântica na Fonte do Doutor, que abriga 8 nascentes prendi funcionários da prefeitura por desmatar área de preservação, acabei com as feiras de animais silvestres em Cruz das Almas, apreendi mais de 5 mil pássaros silvestres no município, embarguei fazendas...Eu incomodei e incomodava os criminosos ambientais que tinham o apoio da juíza Olga Regina, Maria Auxiliadora, dos promotores Waldemar Araújo Filho e Maria Izabel Vitória Santos.



Ano 2006, um mês após a minha libertação, domingo, 08:30 da manhã, pedi uma viatura para fazer monitoramento de ninhos numa área deserta. A viatura chega com o policial Gordo da Pumba ao volante, considerado fâ do crime ambiental e no carona um policial que era água com açúcar. Ao descer a Ladeira do Vilarejo a viatura pára, perguntei por que parou e o motorista me disse que era para aguardar um colega. Mais acima pára um carro vermelho dele desce um policial fardado conhecido como Bronca, o matador oficial da Policia Militar, acusado de vários assassinatos mas que nunca foi punido (Bronco retirou o filho dos braços de um homem, pendurou o mesmo numa arvore e o executou com vários tiros. A ordem de prisão veio de Salvador, ficou preso lá, mas a juíza Olga o inocentou do crime, portanto ele lhe devia favor). Bronca desce desse carro com uma muchila cheia nas costas, entra na viatura, senta no banco trazeiro junto a mim e me aposta um revolver calibre 38 velho enferrujado, fica sacudindo a arma em direção ao meu peito. Perguntei o que estava acontecendo ele respondeu que lá na área para onde eu ia tinha gente querendo me matar . Perguntei: “por que voce está apontando a arma para mim? como voce sabe que tem gente querendo me matar lá se voce veio do lado oposto?” Ele não respondeu, ninguém falou nada, quando a viatura passou em frente ao Pesque Pague eu pulei e corri, sabia que ali dentro tinha gente (minha sorte é que aquela viatura abria porta pelo lado de dentro, algumas delas tem defeito na porta e só abre pelo lado de fora). Ao entrar no Pesque Pague liguei para o 190, o sargento de plantão me disse não saber explicar o que o policial Bronca fazia fardado dentro da viatura já que o mesmo não estava de serviço naquele dia. Se Bronca tivesse conseguido me assassinar e alguém dissesse que o viu fardado dentro da viatura ele provaria que era mentira pois naquele dia não estava de serviço, portanto não poderia estar fardado dentro de uma viatura. Alguns dias dias antes a promotora Sonia de Conceição do Almeida me disse que eu seria assassinada dentro de uma viatura. Premonição ou ela sabia de alguma coisa?



ano 2006, setembro, além de ter sido a única ambientalista presente no enterro do ambientalista Antonio Conceição Nativo, passei a cobrar das autoridades competentes punição para os culpados. Também tinha denunciado o coronel Santana Comandante Geral da Policia Militar ao MP para que o mesmo desse explicação sobre o dinheiro que ele afirmou receber num documento enviado para mim para fazer monitoramento de gripe aviária no estado, já que a PM desconhecia o assunto e Pedro Lima era o único baiano a trabalhar com gripe aviária na Bahia. Também tinha denunciado a COPPA por desvio de animais silvestres e várias irregularidades. Era noite, por volta das 20 horas quando fui a esquina por o lixo. Havia gente na rua. No esquina um homem parado em uma mota direcionou o celular para mim e me fotografou. Esse fato vinha sendo comum no entroncamento de Conceição da Feira onde descia para trabalhar. Sempre que estava no ponto nos últimos dias alguém parava em uma moto apontava o celular para mim e me fotografava, depois ia embora. Naquele dia ao descer no entroncamento havia um homem a pé desconhecido, que me vigiou o tempo todo. Apareceu um fiat vermelho com 2 homens dentro que sem olhar para mim falaram demonstrando muito raiva “vumbora” (carona para a cidade era comum). Eu não aceitei e eles partira. No dia seguinte percebi que minha casa estava sendo monitorada por carros e motos. Cheguei na Rodoviária e vi o traficante Conrado meio nervoso circulando. Entrei no onibus e no primeiro ponto entrou um homem que sentou do lado oposto a mim, sorriu tranquilamente para mim, eu não correspondi, senti um frio na espinha. Pelo canto dos olhos vi quando ele pegou o telefone e apertou 2 teclas sem falar. Levantei para descer no entroncamento mas meu Anjo da Guarda sempre me disse “olhe antes”, olhei e lá estava um carro preto, com os vidros fumes todos fechados, o bagageiro largo (não conheço bem carro). O motorista do ônibus acelerou, eu desci num outro ponto, a delegacia havia recebido várias queixas desse carro suspeito que rodava aquela área. Voltei para casa e um carro com placa do Paraná me monitorou a distancia. No segundo dia eu precisava trabalhar, desci, o carro apareceu e eu novamente subi no ônibus. no terceiro dia eu desci e pedi ao motorista que esperasse eu chegar até uma casa próxima a pista e assim o foi, o carro apareceu e veio em minha direção no meio da pista o motorista ligou a buzina e fez o maior alarde, eu corria, e eles não conseguiam me pegar. Paulo Bezerra, secretário da SSP era amigo da juíza Olga, e do Ibama, o seu vice secretário de segurança pública Ary Oliveira ria da situação “se aproxime dos carros e anote as placas”, forneci a ele várias placas de carros e motos, todas frias, e ele nada fez. Meus futuros assassinos em pânico, já não me davam mais trágua. Sem ter mais a quem recorrer, uma tarde eu sentei no chão, e chorando liguei para o Coronel do Exércio Roberto Fraga, contei o que acontecia e ele não me deixou terminar de falar, alegando que precisava desligar para tomar as providencias e tomou. Com a ajuda de Deus, devo ao Exército Brasileiro a minha vida. Lembro daquele dia em que o coronel me falou: “acabou, passou, tudo voltou ao normal”. O policial militar Bronca era um dos ocupantes do carro preto. (o mesmo foi assassinado com varios tiros alguns anos depois).  A juíza Olga tinha sido desmascarada pela Policia Federal acusada de participação no tráfico internacional de drogas,(está afastada das funções de juiza respondendo processo pelo envolvimento com drogas e todos esperam sua demissão ansiosos).







ano 1997,

 muitos pássaros se alimentam no meu jardim, vejo 2 diferentes marrons como a palha do coqueiro seca e ao redor dos olhos pretos. me apaixono por eles. Por uma semana eu vejo só dois indo e vindo. Um dia eles não vem e eu me preocupo, no dia seguinte reaparecem. Saio por aí perguntando se alguém os conhece ”são os guereguedês, quase não existe mais, o povo mata tudo eles são muito mansos”, me disseram. Vi muitos ninhos, vazios, fico chocada. Faço contato com amigos no sertão e em outras partes da Bahia e percebo que esses pássaros quase não existe mais e não consta na listagem de extinção do Ibama. Começo a visitar fazendas e a encontrar ninhos completamente vazios, seus donos parecem ter desaparecido a muito tempo. Pouco tempo depois os 2 Guereguedês conhecidos por Ursinhas, Asa de Telha, (Molothrus badius) trazem mais 2 irmãos e mais 2 filhotes constituindo seis. Peço ajuda a todos os amigos que tem fazenda para que não os deixe matar. Sozinha, sem apoio nenhum, sem dinheiro, numa cidade estranha onde o errado é que parecia estar certo, por várias vezes enfrento caçadores armados para salvar a vida dos pássaros. Investigo, descubro que as espingardas são vendidos nas feiras livres da Bahia a preços que variam de 20 a 40 reais, a qualquer um, inclusive crianças. Cadastro essas feiras, descubro que as espingardas são fabricadas em oficinas de ferragens, vou ao Ministério da Justiça, alego que as espingardas também servem para matar e assaltar na zona rural, acuso as autoridades policiais de Cruz das Almas e da Bahia de prevaricação. Uma das Ursinhas desaparece e eu saio por todos lugares procurando. Ao passar diante de uma casa rezando baixinho ouço a voz dela me chamando, grito “ursinha! e ela responde mais e mais de dentro de uma gaiola pendurada junto a mais de 50 na parede de uma casa. Empurrei o portão e entrei mas não alcancei a gaiola, botei um pau e subi nele, tirei Ursinha daquela imundície, vim pra casa chorando com ela me fazendo carinho no rosto. Pedi ajuda a policia para resgatar os outros mas a PM disse que não era crime. No dia seguinte trouxe o Ibama mas já era tarde, todos os pássaros tinham desaparecido, ficando apenas a prova do crime, o prego e a sujeira na parede. O homem mandou me dizer que Ursinha entrou sozinha na gaiola e fechou a porta. Ursinha estava com um ninho numa árvore próxima ele colocou uma arapuca com comida e a capturou. Sou muito grata a Deus por ter conseguido ajuda-la. Aí concluo que preciso ajudar os pássaros presos em gaiolas.



ano 2002, participo do programa de Sérgio Galdenzi e Murilo Leito no SBT, do Programa do Gerdan, do Jornal A tarde e do jornal da TVE pedindo a preservação das



espécies nas fazendas, explico a necessidade de ser deixar uma matinha intocada nas fazendas, peço aos fazendeiros que não permitam a caça em suas propriedades, denuncio prevaricação. Ao retornar para Cruz das Almas tenho o portão quase arrombado pelos policiais Ademi e uma outra que não lembro o nome a mando da delegada Ana Rosa Barreto, que mandou me intimar. Ao chegar lá perguntei se eu era alguma bandida e ela me disse que eu era pior do que isso pois todos na cidade eram quietos, “só a senhora que não consegue deixar os outros em paz? incomoda todas as autoridades” respondi “incomodar é deixar matar os pássaros, é deixar cometer crime ambiental?” a partir dessa data para cada queixa registrada por mim naquela delegacia o criminoso
passava de autor a vitima e eu virava ré num termo circunstanciado que ia ao Fórum. Todos os delegados que passaram pela delegacia de Cruz das Almas depois dessa data se utilizaram da mesma prática, com o objetivo de me fazer parar e calar. mas nunca conseguiram.

Era quase 16 horas quando ouvi fortes batidas no meu portão externo, abri o primeiro e vi que forçavam a entrada do portão de ferro, ouvi os gritos “morte a Telma Lobão!” Por debaixo do portão deu para ver a a viatura branca da Policia Civil, policiais civis entres eles o pitibull tentando invadir minha casa para me matar, a mando do delegado local Torres, a quem eu e um major da PM tínhamos denunciado por envolvimento com tráfico de drogas. No local foi encontrada uma cápsula não deflagrada. Transeuntes disseram que eles forçaram o portão para entrar, a viatura ficou posicionada rente ao meu portão com a porta aberta, pronta para me levar para algum lugar. O General Édson Sá, a quem eu considero um grande homem me ajudou, O então Major hoje Coronel Adelmário da PM também. O delegado Torres foi exonerado pelo governador Paulo Souto e morreu logo depois em frente ao Hospital Espanhol sem socorro médico. Eu adorei o fato. Quanto a delegada Ana Rosa foi aberto um Processo Administrativo contra ela, que “preferiu sair do estado para casar” rss. Quanto ao pedido de garantias de vida que registrei no Depin a ocorrencia desapareceu misteriosamente de lá.







1997, 19:00h quando resolvi passear um pouco com minha cadela labrador Xoly. Retornamos logo pois ela estava inquieta, não queria voltar para casa me puxava para um local oposto onde ela sempre se recusava a ir. Eu não fiz a vontade e ao lado do colégio Jorge Guerra fui cercada pelos traficante Conrado e Eliudo da Rua da Estação, Conrado me agrediu a socos e pontapés no rosto e na cabeça, a cadela foi me socorrer e o outro traficante Eliudo passou por cima da barriga dela com a moto. Me fingi de morta e minutos depois o traficante Conrado entra na Prefeitura, segundo um guarda municipal e fala para o prefeito Dr. Jean: “o serviço ta feito!” Como o segundo marginal só foi identificado mais tarde pois o guarda só falou 10 anos depois, apenas o traficante Conrado foi a julgamento e foi inocentado pela juíza Olga, que ainda me perguntou: “a senhora não marcou para comprar alguma coisa na mão dele não?” respondi “não senhora, eu não sou usuária de drogas”. Feri o ego dela. O traficante já foi acusado de espancamentos a mulheres e idosos diversas vezes, tráfico de drogas, se candidatou a vereador e conseguiu 800 votos! Essa é Cruz das Almas na Bahia!



ano 2002,

 vou a feira livre e me deparo com um monte de pássaros silvestres sendo comercializados, dentro de um carro velho muitas caixas com pássaros, uma gaiola repleta de filhotes de rolinhas, peço ajuda a PM que está junto dos traficantes e eles dizem que não é atribuição deles, peço ajuda ao Major Adelmário comandante deles e ele diz não ser atribuição deles, aí eu vou em busca de quem é atribuição e começo a fazer minhas operações de combate a tráfico de animais as vezes sozinha, as vezes com o apoio da PM, começo a soltar pássaros que antes eram apreendidos e comercializados e aí  aumenta a perseguição a minha pessoa...



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...mais de 45 mil pássaros silvestres apreendidos e devolvidos a Natureza após a apreensão.

a proibição da venda e fabricação de espingardas

a proibição da venda de chumbinho

a proibição da venda e uso de arapucas e badougues

o embargo de dezenas de fazendas e loteamentos

a conscientização de crianças e fazendeiros
EMBARGO DE VARIOS LOTEAMENTOS E DESMATAMENTOS

o fechamento de Matadouro Municipal de Cruz das Almas

essas foram as brigas compradas e vencidas





Hoje o crime ambiental contra a Fauna está concentrado em mãos de idosos e adultos, as crianças já não praticam mais esse tipo de crime, o que indica que o futuro será melhor.

 Mas as perseguições e ameaças a minha vida e ao meu trabalho continua.

Dados do autor: Telma Lobão é ambientalista, natural de Salvador/Bahia, trabalha no combate a tráfico de animais silvestres da mais de 20 anos, faz investigações e operações de resgate de animais por toda a Bahia, trabalha na preservação de espécies ameaçadas de extinção e no comportamento de pássaros e animais silvestres em seu habitat natural.

É formada em Agronomia pela Ufba, e em Telecomunicações pelo CENTEC.





atualizado em dezembro/2015